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  • Foto do escritorCaroline Holanda

Nota #3

O que me incomoda e me retira toda a gana de ver arte "contemporânea" é que ela é calcada num movimento do pensamento.

Até aí,

bem.

O problema é que em seu processo de ampliação de circuito, e nos muitos âmbitos de formação que se criaram nesse contexto, uma pessoa que a adere, logo entende que é preciso verberrar conceitos ou pensamento de alguma forma para ser aceito.

Todavia, é preciso, no meu querer (mais que no meu entender), que o trabalho sustente o verborreio.

O que acontece é que para isso, é preciso uma adensada experiência, não na quantidade, para nada, sim, na intensidade.

Mas esta não é proporcionada pelo meio "contipurândio" porque estão ocupados em produzir reflexões (que tem mais viabilidade de marketing) e não materializações dessas reflexões (menos viabilidade de marketing).

Do que decorre uma inconsistência que a meu ver desdobra-se:

1- em uma leva de charlatões que emitem pensamentos sem comprender a miúda o que implica.

2- uma rede ancorada nesse charlatanismo onde o que importa são as relações de poder em jogo (isso sempre), mas uma relação de poder que baseada nesse jogo verborrágico de marketing pessoa que, raramente, entre corpo, nem no corpo do artista.... nem no seu trabalho....



E entre 1- e 2 - há o espaço que a pessoa tem, de poder exercitar, ainda que fragilmente ese pensamento encarnado em experiências. O problema é que nesse preciso momento*, a pessoa, aprende que mais confortável que espessar a experiência e reduzir o coeficiente de incoerência entre pensamento e práticas, ela logo percebe que não se trata disso, mas bem de aprender a fazer marketing, escrever projetos, estar com as pessoas certas na festinha certa. 

*Não, não é aí que ela aprende. É também. É antes disso, no aprendizado mimético de como se faz arte, olhando seus professores, as rodas e conversas, os encontros, etc.

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