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  • Foto do escritorCaroline Holanda

Nota #5

alava com a Lissa]

Quando pergunto

"você tem alguma imagem? alguma foto (como imagem)?

não é uma cena inteira, ou um roteiro...pode ser um gesto (um gif), ou uma foto",

não se trata de uma demanda de pré-determinação.


Se trata de tatear um imaginário, de tatear desejo.

Se você me diz "não tenho nada ainda", isso significa que você não está entendendo que os pontos de partida em arte, na perspectiva que eu defendo, não são da ordem do relatorial, do descritivo analítico.


Contamos aos outros*, intuições enevoadas... qualitativos confusos ("eu sinto como se fosse leve e marrom").

Mas é daí que partimos pra tentar agarrar** esse imaginário. Também as referências são mecanismos muito bacanas de descobrir/fazer-ver (para si e para os parceiros) o que se deseja. Não referências estruturadas, mas fragmentos de um vídeo, a cor de uma foto, etc..............


A outra ponta dessa gangorra é o trabalho.

Então, farejamos algo nebuloso e a partir disso 

vamos encontrar dispositivos de trabalho, lugar onde se levanta material e com ele, podemos entender melhor o que não queremos, pelo menos.

Intuição/tateio e Fazer, são as pontas dessa gangorra....

E o pensamento?

Como recuo reflexivo, você quer dizer?

Está em todo momento dessa gangorra: no tateio, nas referências, nas conversas, no fazer.... mas está onde, e somente onde, ele venha a reforçar o avance da criação. Sempre quando seja um atravanque, eu oriento tirar. Se ele ali não serve, é provável que falte mais carne na experiência pra ele poder chegar.

E ainda:

o pensamento é uma descoberta.

Todo o nosso fazer é constituído de pensamento... de políticas.... de perspectivas de mundo.

É preciso também, tatear o pensamento: perceber o que se pensa e também nessa instância, criar............. outros pensamentos...... esgarçar os que estão por ali....... abandonar outros.......justo igual que no processo de composição.



*na arte, nos processos de criação, entre parceiros trabalho 

** a palavra "agarrar" é porque eu acredito que ele está lá, a base, é preciso conseguir ver, ter olhos de ver.

***Pensamento como recuo reflexivo; olhar analítico que vê de fora (mesmo se você está dentro); olhar capaz de articular discurso em palavras.


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